"Nós viemos de Deus, e inevitavelmente os mitos tecidos por nós, embora contenham erros, também refletirão um fragmento estilhaçado da verdadeira luz, a verdade eterna que está com Deus. Subcriador' e inventando histórias, pode o homem aspirar ao estado de perfeição que ele conhecia antes da queda. A Coroa de Ferro do poder do mal."
J.R.R. Tolkien
E é assim que vivemos. Nos achamos criadores, mas estamos mais pra conspiradores da nossa própria história. Supomos ser os heróis, mas na verdade somos os vilões, abastados do nosso reino, embriagados por nossas tolas criações, somos tão cheios de engano que tentamos maquiar a nossa culpa criando um mundo, descaradamente, concorrente com o mundo real. E nunca o consideramos como uma mera ficção, como loucos, acreditamos fielmente que ele é verdadeiro. As distopias dessa desobediência estão às vistas nesse presente século "iluminado e humanista". O homem nunca foi tão amante de si mesmo. Nossos pensamentos, sentimentos e desejos, algumas vezes mascarados de atividades religiosas, estão todos voltados pro nosso próprio umbigo. Que miséria! É uma cegueira provocada, como um fechar de olhos proposital, afim de não perceber o abismo que criamos. Abismo no qual corremos até ele em ritmo de maratona.
Os pensamentos são os mais covardes desse reino. Eles que cegam os orgulhosos, os cheios de si, pedantes, que se acham acima do bem e do mal. Eles usam a desculpa da queda pra tomar a direção que querem, desobedientes, pecam contra o Criador e juram obter vantagem contra um qualquer a quem consideram tolo, por terem a rapidez no raciocínio ou por acumularem traças e troços em suas mentes. São estes carentes da verdadeira sabedoria, desprezam a autoridade dela, não se dobram, não clamam por ela (Provérbios 2:3-5), sempre tem um "mas" e um "porém" pra tentar desmoralizá-la. Usam a dissimulação pra tentar humilhá-la, achando que ela tem a mesma tolerância que eles para o erro. Ela, a Sabedoria, é como o vento, como uma neblina pela manhã. Em acordo com ela somos como um feixe de luz iluminando os campos, mas dando poder aos meus pensamentos me torno como um deserto, como terra seca e morta e, como uma dor excruciante, se tornam todos os meus dias. Ela não deixará impune os meus pensamentos tolos, conhece e perscruta, vai onde não consigo chegar. (Isaías 55:8).
Os Sentimentos resolveram se tornar senhores das decisões. Reinam por irresponsabilidade dos pensamentos, que se recusam a ouvir a Sabedoria. Metidos, incompetentes e com péssimas intenções, levados pelo engano dos olhos, são insensíveis aos valores reais e buscam desenfreadamente, viver a escravidão idólatra do ego. Estes são o monstros devoradores das afeições, que matam de fome a esperança e a paz, e dão de comer aos que passam o fruto podre da auto adoração. Não se importam com os pequeninos, não doam carinho e nem afeto desinteressado, cada grama dos sentimentos do nosso coração caído tem seu preço. No seu reinado só se vê desastres, ruínas pra todo lado. Não se importam com ninguém, são ambiciosos para explorar os outros. Ocultam a verdade em nome do amor, sendo que eles mesmos odeiam tudo o que o amor prega. São impacientes, maldosos, invejosos, levianos, soberbos, indecentes, interesseiros, iracundos, desconfiados, injustos e mentirosos. Nada sofrem, incrédulos e impetuosos, nada suportam. Os que seguem seus conselhos se tornam sempre cambaleantes, atolados em um poço profundo. Como sair desse lamaçal? Como podemos vencer tão grande poder? Não há nada justo neles! Aonde encontraremos alívio? Era pra ser ali um jardim, um campo belo e aprazível. (Sl 40:12) Graças a Deus pela Rocha. Ela nos aponta o caminho que devemos seguir. (Sl 40:2).
E os nossos desejos então, brigam violentamente com os sentimentos. Muito piores e com motivações perversas estão a serviço de nossa carne ( Gálatas 5:19-21). São o exército desse reino, extremamente egoístas, irracionais, mal-educados. Não se submetem a nada e também a ninguém. São os muitos os desejos, e eles tem o armas mortais, que quando postas em prática, fazem adormecer qualquer resquício de sanidade. Comem a carne crua, matam sem dó nem piedade em nome do seu bel prazer. Trocam um banquete por carniça, se agradam do que é mais vil nessa terra, bebem o absinto como água, abrem as portas para o maligno, são cúmplices das feitiçarias e dos sacrifícios imundos. Riem do puro, desprezam o que busca fugir para os montes. Consideram como inimigo todo aquele que traz o alerta das Boas Novas. Dentro desse reino não há quem os vença, não tem quem os domine a não ser o Espírito. É necessário exterminar cada um deles. Não tem como negociar, não tem como mantê-los soltos. Aprisioná-los e matá-los é a única chance de vida. (Gálatas 5:24-25)
E esses são os pilares de nossas crenças. Essas são as colunas desse reino que é meu, e que é deste mundo. Nossas decisões estão baseadas neles: pensamentos, sentimentos e desejos. Todos eles desordenados, totalmente fora do lugar. O pecado trouxe a degeneração total dele e o que descrevi não chega nem perto do mal que ele faz a si e a outros. Se não fosse o Senhor o grande Rei, aquele que viria a ser o Soberano desse mesmo reino, nada sobraria. Não temos como viver sem a grande Graça que hoje nos acompanha, que nos salva, verdadeiramente, dos nossos inimigos, que destrói todos os fundamentos desse reino e nos livra, sobrenaturalmente, de nós mesmos. (Colossenses 1:13)

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